Conhecimento Que É Fruto da Ira

Muitas pessoas buscam aprofundamento na Fé Apostólica, não porque desejam vislumbrar os umbrais da gnose e tornarem-se portadores do Espírito Santos, honrando cada vez mais a Nosso Senhor. Não, não. Se assim fosse, eles buscariam antes de tudo a oração e a penitência. Esses espíritos iludidos perseguem o conhecimento acadêmico da Fé porque carregam dentro de si durante anos o gosto amargo (inflado pelo orgulho) de uma ou várias humilhações sofridas no passado, por serem contraditos em relação à sua religião. Desde então, e sem descanso, andam atrás de algum conhecimento filosófico que possa saciar a sua vingança. Todavia, não é assim que nos instruem os Santos Padres: o Abade Nesteros avisa que "homens desse tipo possuem apenas habilidade em debates e ornamentos da fala; mas não conseguem penetrar no próprio coração das Sagradas Escrituras e nos mistérios dos seus significados espirituais."
Até mesmo um homem provado nas tentações e que mantém um modo de vida austero pode ser derrubado por esse broto do orgulho. Ó broto do diabo, que derruba no espírito o homem que não admite ser derrubado no debate, e por isso mesmo já caiu! Os apoftegmas nos ilustram essa armadilha sutil, essa soberba silenciosa, através da vida do tão santo Macários, o Grande.
 
Certa vez, passava pelo Egito um filósofo que aparentemente contradizia o cristianismo através da dialética perante os mais simples. Apavorados, sem ter como responder aos argumentos, os monges foram chamar Abba Makarios. Esse, vindo ter com o filósofo, e escutando seus argumentos, disse-lhe: "o Reino de Deus não está na palavra, mas no poder" (I Coríntios 4:20). Então Makarios propôs-lhe irem ao cemitério e ver qual poderia ressuscitar um morto. O filósofo, certamente, fugiu do combate, mas o santo homem foi ao cemitério mesmo assim e ressuscitou um morto para mostrar aos seus discípulos que a Fé Apostólica reside na humildade, não nas palavras. É com a humildade que Deus concedeu a graça desse milagre acontecer. Os monges, ainda presas do orgulho, haviam tentado vencer numa arte na qual nem eram instruídos, apenas para se vingarem da humilhação por terem que contemplar que são ignorantes em dialética (voltamos ao começo da conferência, alguns apenas se aprofundam na Fé porque não suportam as humilhações, às vezes de anos atrás). O que faz um monge achar que é filósofo? Ó sutil soberba, tu fazes os homens se considerarem algo, quando o Filho de Deus, que é Deus, desconsiderou toda a Glória para nos salvar, morrendo humilhado! Aquele que aprende a ser humilhado, não buscará a vingança.

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