Sermão do Domingo de Ramos 13/04/2014‏

12/04/2014 19:22
Neste domingo temos duas partes distintas na mesma liturgia.
 
Uma é cheia de alegria pois Cristo é recebido como Rei, que realmente é o Rei na cidade santa de Jerusalém. Os ramos são abençoados (os mais antigos vestígios disso no ocidente encontramos já em meados do século V). Honras e horas dignas para o Verbo de Deus nosso Redentor e Salvador. Mas, isso excita a fúria e a inveja dos ímpios já conhecedores da ressurreição de Lázaro, prenúncio da Ressurreição do próprio Cristo, prodígios tão grandes que só podem partir de Deus. Na procissão dos ramos, nos colocamos como aqueles que aclamam e clamam Cristo como Rei e Deus.
 
Na segunda parte, a Missa propriamente dita é carregada de uma tristeza por conta da Paixão, dos sofrimentos nela narrados. "Ora, no dia seguinte, uma grande multidão que vira para a festa, ao saber que Jesus vinha a Jerusalém, tomou ramos de palmeiras e foi-lhe ao encontro e bradava: 'Hosana! Bendito o que vem em Nome do Senhor, o rei de Israel.'" (cf. Evº. S. J.º ; 12, 12 - 13
 
Era costume antigo receber os reis com ramos que simbolizavam o triunfo real, isso é de certo modo um prenúncio do triunfo de Cristo sobre a morte, onde é também esmagada uma das maiores artimanhas do demônio. Hosana!; indica antes de tudo uma voz de alegria e súplica, e ainda mais, exprime uma emoção.
 
Cristo é Senhor e Rei, Senhor dos senhores e Rei dos reis, e ao mesmo tempo humilde, "fez-se obediente até a morte e morte de cruz" (cf Ep. de S. Paulo aos Filipenses 2, 8), assim Ele nos ensina a humildade, Ele mesmo humilde sem perder a Divina Majestade, própria de realeza imperial de Santíssima Trindade.
O Verbo, Filho Unigênito e Imortal, se encarna para nos salvar; se encarna pois  se a morte entrou no mundo por um homem, teria que ser a morte esmagada por um homem, mas para tanto esse homem teria que ter em si as dua naturezas, a saber a divina e a humana numa só pessoa.
 
E que inveja e maledicência devem ter corroído as almas dos grandes daquele lugar ao escutar: "O rei de Israel" (coisa que hoje em dia se repete) Grande honra ser rei de Israel, sucessor de David, e digo que honra maior e infinita é ser o Rei do Universo, o Imperador dos séculos sem fim, Soberano de todas as eras.
 
De fato, caríssimos, Jesus cristo não é um rei comum ou potentado qualquer, que governa exércitos e homens, antes disso é um Rei que governa almas, pelo menos as almas daqueles que se submetem ao seu doce e suave jugo, é Rei para aqueles que que veem no Sacrifício do Calvário a redenção, para aqueles que adoram a Santa Cruz.
 
Se Cristo se deixa aclamar como rei ao entrar em Jerusalém, não é para se engrandecer ou aumentar seu poder (o reino Dele não é deste mundo, ainda dirá Ele), mas para cumprir as escrituras pois Deus nunca se contradiz, e assim deve ser a doutrina imutável de seu corpo místico que é a santa Igreja, embora muitos queiram desdizer aquilo que sempre nos foi ensinado, simplesmente devem ser rechaçados.
 
Está escrito pelo profeta Zacarias 9, 9: " Não temas, filha de Sião, eis que chega teu rei montado no filho de uma jumenta". Estas palavras são dirigidas para aqueles que se comportam como ovelhas diante do pastor, reconhecem e ouvem Sua voz.
 
Par nós fica a lição de com tamanha devoção acolhermos Jesus Cristo que vem para governar nossos corações. Se a Cruz para muitos é sinal de escândalo, para nós é sinal de sacrifício, salvação e redenção, pois é assim levantada sobre um monte para vista de todos, e pelo Preciosíssimo Sangue derramado e escorrido no madeiro é que nossas culpas foram remidas; e é por isso que a santa Cruz é para nós sinal de honra e distinção, e seja assim até o termo de nossas vidas neste vale. 
 
+ Pax.

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